poeta, qual o teu Deus?
tem duas faces e um nome
e um disfarce sem nome
tem quatro letras insones
que brilham no céu dos homens
qual, poeta,
teu Deus de hoje?
como faz o que te crie
em papel de almaço velho
riscado a caneta bic
ou o impresso aos excessos
numa esquina do Iraque
qual teu Deus, poeta?
o me acuda o me salve
ou me livre ou me guarde
mas não me torne cobarde
se não Te vejo nos ramos
das oliveiras postiças
que vigem nas megastores
sem que a Virgem evapore
da lágrima dos reclames?
mas o teu Deus
de hoje?
o te proteja e acompanhe
o que me é grande e te pague
um Deus de corda e arame
velame cedro alabastro
um Deus que é preso no espelho
ou um Deus solto no espaço
esse o teu Deus de hoje
um Deus suspenso no vento
de mil voragens mostarda
se eu quero que Deus me queime
mas eu não quero fogueira
se eu quero que Deus me arda!
mas não quero Torquemada.
(*) espero que os colaboradores do blogue e os contumazes comentadores de plantão respondam a essa Provocação que lhes faço, e, bem, falemos um pouco Disso. Se preferirem, todavia, falemos da janta. Ou ambos.