Ó, coisas suaves, onde foram, com o vento, se esconder?
Nos parapeitos de Porto Alegre, disse o celofane.
Nos rodapés altissonantes, disse a folha de plátano.
Nas soleiras dos casarios que já morreram, disse a aquarela.
Nos caderninhos de pintar de peter pan, disse a tampinha premiada de mirinda.
Nas água-fortes e lupanares e ritornelos das mil arábias,
disse o vizir embriagado de xerez ou de nanquim.
Nas madeirames e nos arames dos alçapões e das arapucas,
disse o azulejo desdentado do império russo.
Nas guelras dos anjos, disse o gris cipreste.
Nos nervos da chuva, disse o contraforte.
Nas paineiras ensandecidas de lua, disse o gerente da tempestade.
À gol!
(*) perdoem o delírio súbito e inevitável, nessa tarde que é uma gélida estalagmite. Sigo inédito com meu "Anel Postiço em Merengue" (Os de Lourdes, 2006), um rosário interminável de editoras dizendo que poesia não.
5 comentários:
Seu,
Poesia sim,
pelo menos
pra mim!
maravilhoso. que verve.
tu sempre surpreendendo!
Gringuinha
Minha coloninha
Um r não faz falta
Mas você faz!
Publica no blooog
Odegar Petry
Marco não fica grilado vamos lançar uma revista de poesia em Caxias sem igrejas, que tal!
Quero fazer parte da revista !
Pode colocar meu nome no editorial.
Tenho um sugestao pro nome:
PÔetas..
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