rito
No metrô iam: a flor, a mãe, o pai e a filha. A flor estava machucada, e ia pretensiosamente como um presente da mãe da filha para a mãe do moço. “Um presente machucado – pensou a filha – não é coisa que se dê”. Sendo assim, a flor machucada passou a ser dela, e a mãe do moço ganhou um vaso de ciclâmen ornado ainda por uma borboleta de pano. A flor machucada não sentia a dor da moça. A flor machucada, abstraída do sentimento que a moça portava, alegrou o seu dia. Ao passo que o ciclâmen e todos os outros dessa história permaneceram nos seus lugares como formigas, alheios à dor que cumpliciou a moça e a flor.
Beleza de post roubado do blogue ipsislitteris, lá de Niterói, e que já está aí no lado direito, no nosso algures. Sinto-me sinceramente orgulhoso de publicar textos dessa qualidade e sensibilidade aqui nesses pátios da vida. Saudações a ipsislitteris!
3 comentários:
Sim, IPSIS LITTERIS era um jornal impresso distribuído (acho) nos anos 80 e 90 pela querida Leila Mícollis de Niterói.
Ela inclusive tem um exemplar do "Sevícias..." conheci ela através do Glauco Mattoso que teceu elogios vários à Leila em uma ocasião qeu o encontrei em Sampa.
Mas pra ser bem sincero eu não entendi muito bem o conto...rs
Augusto, bom dia
É tudo uma grande coincidência. Quase tudo! O teu nome é o nome do tal moço (Augustin), cuja mãe seria presenteada pela flor machucada, e eu, embora de Niterói, moro bem longe de lá (em Niterói não tem metrô...) e não sou a Leila!
...Errare humano est...
Mas as coincidências...há ! Estas benditas coincidências...
Postar um comentário