Há um mundo onde chovem rãs incessantemente sobre as flores. Onde apartamentos são pintados de um permanente azul pálido porém amistoso. Há um mundo em que um escriturário joga gamão dentro dos sonhos de um escriturário que joga gamão. Há um mundo onde o azul do céu aceita rãs na composição da figura-e-fundo. Onde figueiras amanhecem ardentes. Há um mundo onde Charles Fort é o dono da mercearia, onde Yuri Knorozov lê mensagens ocultas em papel de pão, onde Quetzalcoatl banha suas filhas em um mar de alabastro. Onde os rodapés dos aposentos recebem, a cada ínterim, camadas de tinta transparente fabricadas por pequenos elementais oriundos do tabuleiro de gamão de dentro do sonho do escriturário. Onde os sicômoros fenecem a cada solidão. Onde as rãs chovem. Sopra uma brisa verde. Os telhados estão tingidos de nuvens.
Quero agradecer ao convite do amigo gaúcho Marco de Menezes para participar deste blog, iniciando minha colaboração neste dia nublado e quente aqui em Três Rios.
Um comentário:
mais uma vez gracias, aliques.
volte sempre que nós, dos Pátios, vamos apreciar.
grande abraço serrano.
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