07 dezembro, 2005

Os Verdes de Minha Terra














sei que a léguas daqui
a terra onde nasci
guarda as cores
verdes mais belas que vi
hoje o tempo se esvai
nesse porto dos casais
onde minhas dores
teimam em me reduzir
como se o que vivi
fosse muito pra eu estar aqui
sinto da vida
quão pouco somos
mas sei que longe daqui
guardo na estância ou perto dali
nos pagos, no vento
a infância que trago em mim

nasci vendo a imensidão dos campos
acreditando que o mundo era grande
pois como era longe aquela porteira
que prendendo um açude inteiro
ao sol convidava para banhar-me
cresci vendo a noite engolindo o dia lentamente
e parir outro dia, sem pressa, sem medo
as horas pareciam dóceis e os minutos não me cobravam nada
quando descobri que o pago era finito
que a estrada não andava em círculos e que as carretas iam longe
me joguei ao mundo como se fosse ele que tivesse me parido

não estando mais aqui
joguem minhas cinzas pr’aqui
nas fronteiras
com o vento eu possa ir
hoje o tempo se esvai
sou um farrapo que cai
morro de amores

sem cura
sem ilusão...

O MINUANO CORTOU O CORPO DA MILONGA NUA A ESPERA DAS VESTES...ELA NÃO PODE ESPERAR MEU AMIGO.
PARA O AMIGO MARCELO LAURENT, OS VERDES DE MINHA TERRA.

Um comentário:

Seu Menezes disse...

lindo, diogo.
tua presença - oficial - é sempre bem-vinda entre nós.
estamos pensando seriamente em uma confraternização como todo o povo.
acho que sai.
saudades do amigo.