Gabriel Silveira
Ela tinha uma gata que se chamava Amelie, como não poderia deixar de ser. E para ela os gramados eram sempre verdes, como não poderiam deixar de ser. O vento era frio, ou quente, sempre perfeito para a hora que viesse a bater. As flores eram sempre rosas, como não poderiam deixar de ser. A verdade era sempre inteira, como sempre previra ser. Ninguém era nem tão errado nem tão certo que uma conversa não pudesse ter. E tudo que tinha era dela, como o fizera ser. Sua casa era linda, e clara, e de ar refrescante, uma casa exatamente como ela sonhava ter. E amava muito, e todos os amores eram sinceros, como somente um amor pode ser. E quando morreu, pôde levar tudo que conquistara. Até a pequena Amelie, porque a amava.
Um comentário:
Honra-me, o rapaz. Abraço.
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