03 novembro, 2005

O que se sabe tarde.

Corri à margem,
margem distante dos homens.
Bati à porta,
à espera de alguém.
O alguém se foi
em doçura converte o próprio horror.*
O gozo,
Solidão
Ainda me resta, pouco,
nas pseudo-veias-grossas,
algo que pulsa.
Pulsátil vibra e derrama,
uma água de nascente humana,
densa como lama.
Se ao menos jorrasse,
Deixaria de morrer aqui.


*Carlos Drummond de Andrade

Nenhum comentário: