Palavras delirantes que sussurram desta casa, Nas fibras das paredes largas, Permanecem anos guardados; Transmitem desleais sentimentos, Fogem delas instantes de solidão insolúveis em mim. A tintura lascada, em que partes, Com as minhas unhas, agora curtas, foste. Marcas da insignificância de meus versos, transmissores apáticos como meu sentimento revés. Na grama escura e não aparada dos fundos, O verde insiste em renascer, o verde; Nem ele sabia que estava feio, Nem ele sabia que as flores já estavam mortas, Nem ele sabia que encobrira o meu caminho até o portão; As frestas da janela fechada, Filtram pensamentos inóspitos aos vizinhos, Havia ainda vizinhos? Se me fosse mostrada, a casa minha, não me aproximaria. Murmúrios de liberdade sobressaem em noites de chuva, Gotas d’água sufocantes, Pontilhados que fizeram no chão – guias internos, Internamente revestidas de ar puro e sentidos. Sentidos que tornavam toda palavra à-toa; Toda palavra insana em beleza, simplesmente; Toda completa fração de palavra estava longe, a casa, Não cabiam nela, as palavras. |
16 novembro, 2005
Frações de Palavras
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Um comentário:
Lindo, Camila.
Um poema de fôlego trôpego.
"Com as minhas unhas, agora curtas, foste."
Palmas pra ti e pros teus versos.
: )
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