O show do Vitor Ramil em Caxias foi o típico "quem foi, foi, quem não foi, perdeu". E perdeu muito. O cara entrou no palco às 23:50 e parou de tocar quando o relógio marcava 1:25h, com um direito de bis à capela, talvez pelo cansaço de segurar uma hora e meia tocando sozinho. O set list foi privilegiado pelos dois penúltimos discos lançados, Ramilonga - A Estética do Frio e Tambong, afora as óbvias e não menos belas Estrela, Estrela, Loucos de Cara e Joquim. Vitor não podia deixar de reclamar do som (o retorno para ele não estava bom, mas pra platéia isso passou em branco), mantendo a sempre ereta e charmosa postura pelotense. O público estava de tamanho bacana: pouca gente, sem aperto, sem desconforto - considerando o lugar inapropriado para apresentações acústicas.
A diversão ficou a cargo destas duas candidatas a blogueiras neste espaço. Quando o show se aproximava do fim eu e Clarissa Blade Runner nos entusiasmamos para que o barbudo cantasse "Clarisser", linda canção do 3º entre os sete CD´s do cara - A paixão de V segundo ele próprio. Gritar não pegava bem, apesar de fazê-lo do mesmo jeito.
Clarissa: - Camila, Camila... tu tem papel? Eu tenho muitas canetas e papel nenhum.
Camila: - Garçom, garçom, nos dá um guardanapo.
Ambas: - Nhé, ele nunca vai enxergar o guardanapo.
Camila: - Péraí que eu tenho algo.
Puxo a conta do meu celular e pego a última folha, com a listagem de ligações do mês de outubro. Clarissa saca uma caneta hidrocor preta e escreve bem grande CLARISSER. Enquanto ele canta o bis nós erguemos o papel alucinadamente. Nada. O show acaba.
Bem, o show acaba e vamos para a frente do palco, com umas cervejas a mais na cabeça.
Clarissa: - Vamos, vamos falar com ele?
Camila: - Vamos fazer um xixi e depois falar com ele...
Na volta do toalete, ao falarmos de conhecidos, eu digo:
- Sim, não tá me custando dizer um "te liga, formiga" pra figura.
Ao dizer isso, encontro uma ponta de fio de tomada, com o crossover completo. Acasos engraçados.
Camila: - E aí, vamos descer no camarim?
Clarissa: - Vamos!
As duas rolam por baixo das barras de segurança do palco, com a desenvoltura de quem não faz exercícios há 2 anos. Clarissa desce as escadas de caracol por primeiro e eu sigo atrás, correndo feito gazela. Na metade da descida da escada vemos o Vitor Ramil olhar pra cima com uma cara assustada. Eu páro por um segundo interminável e me dou conta de que estou de saia. De que estou de saia e um tanto pilequenta. Foi-se. Foi-se o dia em que Vitor me viu a fundo. Haha.
No mínimo, engraçado foi. Bastante. Ele nos diz, ainda meio atordoado: - Já vou subir gurias. Nisso a gente corre de volta para cima, às gargalhadas. Esperamos um pouco junto com uns 15 fãs sérios e compenetrados, rindo das gorditas querendo abraçá-lo. No ínterim aparece o amigo de um ex-namorado com uma conhecida e diz:
- E aí, tu nem sabe quem a Camila namorava...
Eu, mais do que depressa e alterada: - Não espalha, essas coisas não se contam! Pelamordedeus.
Só depois me toco que eles são parentes. O amigo e o ex. Bem, foi-se também.
Só depois me toco que eles são parentes. O amigo e o ex. Bem, foi-se também.
Vitor adentra o salão, eu e Clarissa vamos furando a fila fingindo que dançamos ao som de Jorge Ben pra nos achegarmos por perto. Depois de quase todos o abraçarem, beijarem, pedirem autógrafos, nós entregamos a minha conta da Claro, dobrada A/C Vitor A Mil e dentro escrito, em cima de Clarisser: Nos deve uma conta e, em seguida, o nome da música. Abaixo, jura tanajura, os nossos endereços de e-mail, o link para minhas músicas no Trama e mais umas bobagens de fã bebum. A gente olha pra ele e diz: - Ó, uma conta pra ti. Ele diz: - Uma conta? O que querem que eu escreva nela? Nós: - Nada, é pra ti. Ele: - Posso levar. Nós: - Claro, claro... leva a conta da Claro. Ele meio sério, quase que ri. Falamos um pouco sobre o show, sobre o lugar e Clarissa fecha com chave de ouro, com caneta em punho, e diz a ele: - Posso fazer uma tatuagem em ti, Vitor? Ele diz: - Faz. Ela pega a caneta, puxa o braço dele e desenha umas flores um tanto abstratas no pulso dele. Ele, com cara de estranheza em meio àquilo tudo: - Tu és tatuadora? Ela: - Não. Ele: - Que desenho é esse? Ela: - Ah, isso é o que tu quiser.
Bem, ele terá muito tempo pra pensar no que é, pois ela o "tatuou" com uma caneta de retroprojetor, daquelas que tu tens de tomar uns 3 banhos até sair. Imaginamos ele no chuveiro, esfregando as mãos e dizendo: - Gurias filhas da puta.
Estávamos satisfeitas. Satisfeitas e com pouco dinheiro. E à pé. Estratégia de quem sai pros lugares sem carro: fomos pro lado de fora, perto da saída, pra analisarmos quem ia embora e se passasse algum conhecido, solicitar uma caroninha até o Centro. Passa um casal meio-amigo e damos a indireta: - Ô, vocês não querem rachar um táxi? - Ôpa, não, valeu, estamos de carro. E vão-se embora. Merda. Passa o músico caxiense simpático, sozinho, nos olhamos... ih, acho que não, pra ele não. Ninguém mais ia embora. Eis que surgem 3 fotógrafos adentrando num Gol. Bom, era nossa hora de marcar, antes de ficarmos no escanteio total: - Ô, vocês vão pro Centro? Os dois rapazes nos olham embasbacados, a moça diz: claro, entrem aí, sem grilos. Com esse trio bastante hilário, fomos ouvindo Pink Floyd até a 6ª Légua, pois fizeram questão de ver o açude da Clarissa. Entre muitas outras bizarrices na noite acabamos a mesma feito legítimos loucos de cara.
3 comentários:
As Moças
se divertiram À BEÇA
adorei minha amiga
ADOREI :)
que noitada, hã!
ô, e o açude?
A melhor parte é a do "vamos fazer xixi?".
à propósito: vcs lavaram as mãos?
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